"Hearts and thoughts they fade... fade away!"

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Reflexão sobre o nada

"Faz uns quatro dias que ela já está assim...", diz uma voz em tom de indignação e uma pitada de pesar. "Não sei mais o quê faço. Ela não levanta desse sofá, nem na hora da jantâ!".

Ela que sempre foi uma menina que se interessava por tudo, achava graça em tudo, procurava saber de tudo. Agora está ali parada. Deitada, ou largada, no sofá da sala, olhando para o teto branco, já meio bege devido a falta de pintura, refletindo o nada...

Antes aquele era o único sofá da casa. Logo depois que ela deitou, para não mais se levantar, o pai teve que comprar outro sofá para que a família pudesse sentar e utilizar aquele comodo. Já estão até pensando em mudar a sala para outro lugar... o antigo quarto que era dela.

Uma hora se passa, dois dias, três semanas, quatro meses...oito meses... um ano! E ela continua ali, deitada no sofá... a pensar em nada, a não se importar com nada, sem sorrir ou chorar para nada, refletindo sobre o nada!.

O pai, a mãe e os irmãos (uma irmã mais velha de 20 anos e um irmão mais novo de 9 anos) já tentaram de tudo... festas, doutores, padres, pastores, doutores, teólogia, filosofia, missas, cultos, candomblé... mas tudo foi em vão. Ela não se mexe e continua ali.. olhando o teto e com cara de NADA!

Mais um tempo passa e o familiares se conformam com a condição dela, a pequena cidade passa a ser ponto turístico, todos querem saber onde vive aquela jovem inerte e com cara de nada. "Será que ela tem pensamentos?" essa é a pergunta dos poucos curiosos que conseguem ver a moça.

Um cara aparece na cidade, ninguém sabe de onde vem... não ele não veio com um doa grupos de curiosos e muito menos era parente de alguém daquele pequeno pedaço de chão. Ele entra na casa da família e diz em alto e bom tom... "ela morreu". "Mas como assim ela morreu? você não vê que ela ainda respira e que coração bate", responde o pai. "Sim", concorda o desconhecido... "Mas ela perdeu as forças, perdeu a alma... perdeu a esperança!".

"Não é possível!", diz a mãe espantada. "Sim, é possível", diz o pai, "Ela agora se encontrar no nada... refletindo o nada!". "Para ela nada importa agora. Nada é tudo, Tudo é nada!", diz o desconhecido antes de ir embora.

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