Enquando tempo passava o número de frequentadores da casa dos borges foi aumentando. O irmão mais de Márcio, Lô Borges, começou a ter aula de harmonia musical com o guitarrista Toninho Horta. Lô passava o tempo junto com o amigo Beto escutando os discos dos Beatles. Logo a vontade não era só de escutar as músicas e os dois meninos formaram uma banda. Ela se chamava The Beavers , em homenagem ao fab four. O quarto já era pequeno demais e os garotos começaram a se reunir no boteco da esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis.
As composições dos meninos que se reuniam no bar da esquina começaram a ganhar o país. Em 1966, Elis Regina grava Canção do Sal, de Milton Nascimento. No ano seguinte as canções travessia (primeira parceria de Nascimento com Fernando Brant), Morro Velho e Maria, Minha Fé, concorreram no II Festival Internacional da Canção.
A turma da esquina já estava em super lotação. Músicos como Tavinho Moura, Flavio Venturini, Fernando Brant entre outros já faziam parte da galera que começou a se denominar clube. Entre 1970 e 1971, eles se reuniram e prepararam um grande número de canções. E em 1972, acabam em um álbum duplo. Nasce aí, O Clube da Esquina.
Sei que históricos são chatos, mas nesse caso se fez necessário para entender melhor como as reuniões de um grupo de garotos na esquina foram importantes para a carreira desses músicos que fizeram nascer um movimtnto, que se iníciou sem pretenções. Mas que conseguiu mudar a cara do música brasileira daquela época. Acrescentou um "tempero" que a música ainda não conhecia, por isso houveram várias críticas negativas ao trabalho dos amigos da esquina. Não se importando com as tais críticas o clube continou crescendo e ganhando admiradores ilustres como Chico Buarqe. As letras falam da esperança e da fé e não deixava de abordar a repressão militar.
Particularmente, o clube marcou a minha infância. Não, não vivi aquela época, mas nos anos 80/90 era comum mais músicas como Clube da esquina nº2 (original ou a versão de Flávio Venturini) e Trem Azul tocarem nas rádios que minha mãe escutava. Na época não entendia muito bem a mensagem que Milton Nascimento e turma (ou clube!) queriam passar, mas gostava daquilo que ouvia! Depois de anos (ano passado) é que fui conhecer o clube mais a fundo. E desde então sei da importância que essas pessoas tem para a música brasileira (muitos músicos fazem versões e alguns, como o skank, fazem música com "associados" do clube) e para cultura brasileira. E sei que tudo que saiu de Minas Gerais foi de uma forma diferente desde então!
O clube também me faz ter saudades de uma época que eu não vivi. Da época em que os frequentadores da esquinas eram os poetas, os boêmios e os músicos. Hoje esquinas são não tão românticas como naquela época, mas amanhã quem sabe... sonhos não envelhecem!
Clube da Esquina nº2
O Trem AZul
ps: O Clube da Esquina ganhou um museu virtual. Lá, você pode ler depoimentos e saber mais da história de cada de um de seus integrantes e de algumas pessoas que foram influenciadas por ele. Recomendo a visita!
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